9 de jun. de 2010

Decepção vira cafajestagem

              Muitas mulheres se perguntam o que é que motiva um homem a ser tão cafajeste. Umas diriam genes, outras descaramento (o que não deixa de ser verdade), mas todas se esquecem do motivo real, talvez porque se esconda nos mais primórdios da adolescência.
              Bom, o que sucede agora nesse próximo relato pode ter acontecido com você (homem) e você, mulher, conhecerá a origem do cafajeste. Tudo começa quando no ponto mais culminante da adolescência: a mudança no rosto. Você fica feio. Cheio de espinhas na cara, parece um Chokito (ainda mais quando se é negro...). Você se engraça logo com quem? Com a mais bonita e popular garota da sala (pelo menos pra você...) e tenta de todas as formas e maneiras chamar sua atenção, porém, aparentemente em vão. Logo surge a oportunidade de finalmente haver um contato entre vocês: a professora põe vocês dois no mesmo grupo. No mesmo instante que você pensa "É o destino nos unindo!", ela pensa "Que garoto estranho...". Pobre ilusão... E depois disso, acontece algo que as meninas e mulheres que foram meninas, vão descobrir agora: lembra quando você passou o telefone pra todos os colegas do grupo pra acertar os detalhes do trabalho? Pois não é que o pequeno amante pegou seu telefone e depois de uns dois meses, pra você não reparar que podia ser alguém da sala, ligava e não dizia nada! Isso mesmo! Aqueles telefonemas que você atendia e ninguém dizia nada, era o garoto esquisito que não parava de olhar pra você naquele trabalho em grupo.
               Outro fato totalmente masculino que mulheres desconhecem é que no Clube do Bolinha todos os amigos sabem do seu sentimento. E sempre em momentos inoportunos surgem frases de incentivo, principalmente quando ela tá perto: "Vai, fala com ela agora, aí ó...". Você não sabe onde enfiar a cara.
               Finalmente você toma coragem pra falar com ela. Mas pensa bem, e decide voltar, mas agora não dá, ela já viu que você se caminha na direção dela. Você começa a suar, sua mão começa a suar. Sua mão treme, seu corpo todo treme! Um friozinho trespassa sua barriga, você acha que vai desmaiar. Passo firme, não desista rapaz! Você só precisa falar que gosta dela e pronto. Falando assim parece mais fácil. A cada passo, todos os sintomas da paixão se acentuam 10 vezes mais. Você pensa no que vai falar, "fala que sem ela você não sabe viver, não, isso é muito clichê, tenta ser espontâneo!". Parado de frente a você, ela esperando você dizer alguma coisa e você só consegue dizer, "ah... é que... bem... ah..." e despeja coisas que você viu em filmes, leu em livros, viu outros caras fazendo. E por mais que você fale, sempre acha que é pouco e ela te olha impassível e diz: "Não rola..."
               Agora você só quer sair correndo e chorar muito. Berrar seria a palavra certa. Mas sai sereno, ou tentando aparentar serenidade. Chega em casa e pensa em tudo que poderia ser dito e tudo que não  precisava ser dito e a cena se remói mil vezes na sua a cabeça e a cada replay tudo doí muito. No outro dia, você chega à sala  diz um "oi" a todos, pra ninguém perceber o quanto, naquele momento, você quer morrer. Ela só foi a primeira; no futuro, você vai fazer encontrar outras que te desprezam muito mais.

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